sexta-feira, 28 de maio de 2010

Categoria: Filmes


Polêmico Centopéia humana inspira poeta brasileiro


Não é o blockbuster Homem de ferro 2 e muito menos o novo filme da saga Crepúsculo. Se existe alguma obra cinematográfica que está sendo muito comentada no momento é o terror A centopéia humana (The human centipede - First sequence), do diretor neozelandês Tom Six. E se você ainda nunca ouviu falar, prepare o estômago. É um dos roteiros mais repugnantes já criados no cinema.

A sinopse: duas amigas norte-americanas estão viajando pela Europa. Na Alemanha, elas são sequestradas por um médico que pretende fazer uma terrível operação: criar siameses unidos por um único sistema gástrico, isto é, conectar três pessoas cirurgicamente ligadas via ânus-boca. A forma e os detalhes do procedimento você pode conferir nas imagens que ilustram este texto.
Daiblog
Causando reações de repulsa e nojo, 
A centopeia humana já recebeu três prêmios nos festivais por onde passou. Por aqui ainda não há data de lançamento, mas isso não impediu que a produção recebesse bastante destaque na mídia. A história asquerosa serviu de inspiração para que o poeta paulistano Glauco Mattoso criasse uma série de 14 sonetos inspirados na ideia central da película.
Daiblog
Para quem não conhece, Glauco Mattoso é um dos príncipais nomes da poesia contemporânea, tendo escrito mais de 3 mil sonetos até hoje. Seus versos falam dos mais diversos temas, como por exemplo 
música, sexo e política. Aqui no Daiblog você lerá com exclusividade 4 dos 14 poemas. Para ler todos, acesse o site oficial do poeta, clicando aqui. Lembrando que os poemas estarão disponíveis a partir de junho.
Daiblog
Uma observação: Glauco perdeu a visão durante a década de 90, mas escreveu os poemas com uma riqueza de detalhes impressionante, a ponto de se ter a impressão que ele já assistiu ao filme! E antes de mostrar as poesias, aqui vai um aviso: os textos falam de um tema polêmico e escatológico. Por favor, não leia se você considerar ofendido por isso. Cabe também espaço para uma observação do autor: 
[Attenção! Quaesquer textos assignados por Glauco Mattoso estarão em desaccordo com a orthographia official, pois o auctor adoptou o systema etymologico vigente desde a epocha classica até a decada de 1940.] Daiblog
MENGELICA CONNEXÃO [soneto 3286]

Terror ou scientifica ficção?
Ha filmes que p'ra manga panno dão.

Agora, no circuito americano
(Será que tambem chega ao brasileiro?),
um classico me intriga, e aqui o explano:

De medico e de monstro ha nelle um mix,
pois liga um scientista a bocca ao anus
num bicho transformando trez humanos:
"The human centipede", de Tom Six.

No chão come o primeiro e, pelo cano
anal come o segundo. No terceiro
a merda é recagada. Insano plano!


É, para a "centopéa", a digestão
peor na engattinhante posição.
Daiblog
SUCCO BUCCOCOMESTIVEL (I) [soneto 3262]
Será possivel? Cada filme extranho
estão fazendo agora! Até me acanho!

Me contam que sahiu recentemente
um bem escatologico, no qual
a "humana centopéa" choca a gente.

Um louco scientista, em siamezes
versado, os apparelhos interliga
de trez pessoas. Justo é que se diga:
num tubo digestivo passam fezes.

No cu dum homem colla-se, sem dente,
a bocca doutro, e doutro, e esse animal,
de quattro, falla só pelo da frente.

Os outros comem merda, emittem fanho
ruido e um nojo exhibem sem tamanho!
Daiblog
SUCCO BUCCOCOMESTIVEL (II) [soneto 3263]

Unidos os trez homens num só bicho,
dará bello espectaculo o capricho.

Expõe o scientista a sua obra
num circo adulto, e lota-se a platéa,
gozando essa "lacraia", ou essa "cobra".

Em doze "pés", ou "pattas", não se apruma
um rosto humano intacto, um corpo nu,
ao qual está collada, pelo cu,
a bocca doutro, em cujo cu mais uma...

Caminham só de quattro e, mal se dobra
aquelle em que começa a diarrhéa,
engolirá o seguinte a sua sobra.

Um delles falla e come; outros o esguicho
"cocomem", mudos, sempre no rabicho.
Daiblog
SUCCO BUCCOCOMESTIVEL (III) [soneto 3264]
Pareça ou não ficção, tal filme accusa,
bem claro, o que ha detraz da scena obtusa.


Humanas creaturas, quando estão
privadas da normal anatomia,
despertam não apenas compaixão.

Tambem suscitam asco e, num segundo
momento, hilaridade ou mesmo gozo,
pois acha alguem " 
perfeito" prazeroso
zombar de quem do poço está no fundo.

Um homem sem seus membros, sem visão
ou sem os movimentos só sacia
instinctos que, admittamos, normaes são.

Portanto, quem dum "monstro" cego abusa
será, deste poeta, a melhor musa.

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